domingo, 17 de julho de 2011

falta

Ela sentiu sua alma mais fria do que o normal
Olhou-se no espelho e lamentou a feição abatida
Sentir deveria ser mais do que sentir-se bem
E ela já não sentia mais nada...
Pensou em algo para descrever-se
O gelo definia bem sua inquietação
solido, incolor, inodoro... insalubre
Vez em quando o gelo quebrava... ela permitia-se derreter
Mas como água, ela viu -se escorrer pelo ralo...
O ser já não importava ou nunca importou
Ela queria voltar a sentir
O calor no peito, a brisa no rosto, a saliva do outro, quente em sua boca...
O suor nas mãos o frio na nuca, o cheiro da pele, que gruda...
Mas tudo sempre se esvai... nada é palpável.. tudo é gelo
No começo é sólido... depois derrete e escorre pelas mãos...
A analogia estendia-se ao seu tato... ela se diz amortecida, anestesiada...
Não sente o toque nem ao lábio...
Ela talvez não tenha entendido, que a matéria se transforma
E que ser feliz é questão de escolha...
Sentir é questão de toque e o calor é transmissível..
É só se permitir

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